Você sabia que a formação de biofilmes na indústria de cervejas é bastante comum e ocorre com certa frequência?
Mas primeiro vamos definir o biofilme?
O biofilme é um consórcio microbiano, e em cervejarias pode ser composto não só por bactérias mas também por leveduras. Esses microrganismos se aderem em uma superfície rica em nutrientes, por meio de uma substância que chamamos de matriz polimérica e pode levar a contaminações crônicas do produto final, persistindo no ambiente produtivo.Nas cervejarias, podem se desenvolver principalmente nos trocadores de calor, mangueiras, bicos da envasadora, esteiras, bandejas de gotejamento, barris e até mesmo em tanques de fermentação/maturação.
Você pode até achar que não existe, por que não o vê, mas alguns fatores contribuem para o processo.
Limpeza mal feita: se a limpeza for ineficiente, ou seja, se permanecer resíduos de matéria orgânica nos equipamentos, o sanitizante pode não ter o efeito esperado e alguns microrganismos não serão eliminados. Por isso, a limpeza (retirada das sujidades) deve ser realizada imediatamente após a produção.
O uso inapropriado dos sanitizantes, como por exemplo, dosagens inadequadas, preparações muito antecipadas e ação limitada ao tipo de processo.
Locais de acúmulo de microrganismos. Falhas no acabamento sanitário dos equipamentos, pontos de solda irregulares, ranhuras, frestas, rugosidades, pontos mortos de difícil acesso dos sanitizantes. Todos esses são locais que podem permitir o acúmulo de bactérias devido a falhas na higienização e a formação de biofilmes.
As consequências não estão somente na contaminação da cerveja, mas sim, na corrosão e entupimentos dos equipamentos e consequentemente a perda de eficiência podendo levar a prejuízos a saúde, como também a grandes prejuízos econômicos.
Por isso, evite a formação de biofilme! Fique atento aos pontos críticos e realize análises microbiológicas periódicas de seu processo!
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Por Luciana Brandão, Co fundadora e CEO do Laboratório da cerveja.